quarta-feira, 16 de abril de 2014

Mobilidade pra Valer!

Ciclovias e teleféricos: alternativas sustentáveis
para nossa mobilidade

Não posso deixar de lembrar os protestos que iniciamos em Mauá no dia 05 de janeiro de 2013 (os quais, logo em seguida, acabaram por tomar a capital paulista e o resto do país), provocados pelo aumento abusivo das tarifas no transporte coletivo e as condições precárias de nossa mobilidade.

A política de mobilidade urbana tem de ser levada mais a sério por todos os gestores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal. Só que, a cada ano que passa, vemos a mobilidade das pessoas ser imobilizada e o meio ambiente ser degradado. Quando falamos em “mobilidade urbana”, duas questões devem ser consideradas: a realidade territorial (topografia) e o meio ambiente. E isso não tem sido feito. Não por ser difícil, mas pela inércia dos poderes – com sua falta de ousadia em criar políticas públicas reais e efetivas, aliada à falta de coragem em enfrentar os interesses de empresas monopolizadoras – e por não aproximar parcerias que efetivamente funcionem.


Podemos considerar também a inexistência de modernas alternativas de transporte, ou seja, aquelas inteligentemente apropriadas a condições topográficas e que respeitam o meio ambiente. Nesse quesito, falando de nossa cidade, podemos ter a construção de teleféricos em áreas altas: eis aqui o uso de energia limpa, eletricidade. Falando de nossa região e Grande SP, podemos ter a construção de ciclovias margeando as linhas de trem da CPTM e a construção de ciclo-faixas e ciclovias nas proximidades de rios: transporte não poluente. 


Abrindo um pouco mais nosso raio de visão, devemos exigir o planejamento das malhas viárias, existentes e futuras, para atender a demanda dos motociclistas e ciclistas, bem como a sinalização de vias com rotas alternativas de acesso aos bairros. Tudo isso para que o transporte possa ter maior fluidez em nossas cidades.


O que ora proponho é viável e não podemos aceitar que interesses meramente capitalistas continuem anestesiando os governos de esquerda, impedindo a modernização de nosso sistema de transporte. Os investimentos advindos dos governos federal e estadual devem ser realmente aplicados com transparência e agilidade.


Deve-se haver participação popular nas decisões dos fundos e conselhos para a gestão ser compartilhada de fato. A sociedade precisa saber o real custo (mediante as planilhas de custo) do transporte coletivo a que faz uso, visando impedir que monopólios continuem interferindo nas decisões sobre os fundos municipais de transporte, não viabilizando assim propostas como a do passe-livre e outras, como as aqui apontadas. Não viabilizando, enfim, a mobilidade pra valer.


A população foi às ruas e deve continuar sendo ouvida!

MATÉRIA PUBLICADA EM 28 DE MARÇO DE 2014 NA EDIÇÃO 872 DO JORNAL MAUÁ www.jornalmaua.com.br

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