Toda indústria
cultural de marketing e propaganda – televisão, rádio, jornais e revistas,
portais da internet – com seus grandes lobistas e grandes marcas, faz o
que quer.
Um exemplo disso são aqueles grandes eventos quando esta indústria
ganha rios de dinheiro, como o que ocorre com a atual Copa do Mundo – cujo
investimento já chega aos R$8 bilhões, de 2010 até agora.
Vale lembrar que não
há regulamentação específica do uso do “marketing & propaganda” nestes
eventos tão vultuosos, o que quer dizer que as empresas deste ramo de atividade
não tem compromisso nenhum com o bem estar social de nossa população quando
lida com tamanhas somas de dinheiro.
Caro leitor, você seguramente percebeu
minha indignação ante o fato de que estas grandes marcas deveriam reservar
parte desses investimentos à educação em nosso país, pois suas campanhas
publicitárias lhe traz muito lucro.
Deixo bem claro não ter nada contra a
realização da Copa, até porque não podemos aceitar o discurso da oposição, que
afirma que este evento não traz nenhum benefício considerando que grande parte
das obras de infraestrutura nas suas cidades-sede estão sendo muito mais
rápidas por conta do mesmo – um legado que ficará para a posteridade.
Quanto à
indústria cultural, a mesma precisa urgentemente passar por uma autêntica
reforma institucional, garantindo a formação do nosso povo e evitando a
alienação promovida pelos grandes capitais internacionais, que não de hoje já
transformou o Brasil num celeiro de corrupção e cooptação dos meios de
comunicação.
Tais meios deveriam promover princípios de relações exteriores,
autodeterminação dos povos, com cooperação entre eles, e igualdade entre os
estados, desenvolver ideais de independência nacional, fazer prevalecer os
direitos humanos e do cidadão brasileiro, defender a paz com soluções pacíficas
de conflitos, repudiar o terrorismo e o racismo.
O que vemos é o oposto: o
lucro e a competição são sempre referenciados numa lógica oposicionista de
“quanto pior, melhor”, o importante é vender, é indistintamente lucrar. Basta
citarmos o mercantilismo escancarado de produtos como o álbum de figurinhas da
Copa, várias marcas de bebida envolvidas, de combustíveis, e assim vai.
Nesse
quadro geral, infelizmente temos boa parte de uma audiência sem consciência,
permitindo que notícias de programas em veículos de informação de vasta
penetração agridam nosso patriotismo, ‘pintando’ somente a nós brasileiros como
corruptos, e a ponto de favorecer patrocinadores muitas vezes estrangeiros a
vender ingressos aos nossos próprios cambistas, prova de que tal corrupção vem
mesmo é de fora de nossas fronteiras.
E isso é só a ponta desse iceberg da
corrupção no futebol, que não erradica a pobreza e nem reduz as desigualdades
sociais promovidas pelo grande capital internacional, que não aceita nossos
ideais de soberania e dignidade humana, de uma sociedade livre, justa e
solidária, ou mesmo anarquista por meio de um autogoverno.
O desenvolvimento
nacional precisa criar no povo brasileiro o espírito de não submissão às perdas
de seus recursos naturais, suas fontes de riqueza, que se bem administradas e
sem a intervenção da indústria cultural golpista – que deve milhões ao Estado e
impede que grandes reformas estruturais como as dos meios de comunicação
aconteçam – podem viabilizar consideráveis avanços nos campos sociais.
Por fim,
infelizmente seremos sempre manipulados enquanto não combatermos a violência, o
sensacionalismo e esta política nefasta de privatizações corruptíveis
disseminados pela indústria cultural visando promover exclusivamente seus
interesses não mais que corporativos, financiando a alienação, cooptando
partidos e esferas de governo lançando mão da compra de votos e do marketing da
mentira e da informação desencontrada, deturpando a opinião pública.
Quero
ressaltar aqui uma informação oficial da República Federativa do Brasil, a qual dá conta que nosso
Governo Federal, neste mesmo período, ou seja, de 2010 até hoje, investiu R$800
bilhões (valor equivalente a 100 vezes o que foi gasto na Copa do Mundo 2014) em
educação e saúde de todo o Brasil.
MATÉRIA PUBLICADA EM TRÊS PARTES NO JORNAL MAUÁ www.jornalmaua.com.br, NAS EDIÇÕES 882, 884 E 886.
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