domingo, 8 de junho de 2014

Quando os meios de comunicação irão servir nosso país?

Toda indústria cultural de marketing e propaganda – televisão, rádio, jornais e revistas, portais da internet – com seus grandes lobistas e grandes marcas, faz o que quer.

Um exemplo disso são aqueles grandes eventos quando esta indústria ganha rios de dinheiro, como o que ocorre com a atual Copa do Mundo – cujo investimento já chega aos R$8 bilhões, de 2010 até agora.

Vale lembrar que não há regulamentação específica do uso do “marketing & propaganda” nestes eventos tão vultuosos, o que quer dizer que as empresas deste ramo de atividade não tem compromisso nenhum com o bem estar social de nossa população quando lida com tamanhas somas de dinheiro.

Caro leitor, você seguramente percebeu minha indignação ante o fato de que estas grandes marcas deveriam reservar parte desses investimentos à educação em nosso país, pois suas campanhas publicitárias lhe traz muito lucro.

Deixo bem claro não ter nada contra a realização da Copa, até porque não podemos aceitar o discurso da oposição, que afirma que este evento não traz nenhum benefício considerando que grande parte das obras de infraestrutura nas suas cidades-sede estão sendo muito mais rápidas por conta do mesmo – um legado que ficará para a posteridade.

Quanto à indústria cultural, a mesma precisa urgentemente passar por uma autêntica reforma institucional, garantindo a formação do nosso povo e evitando a alienação promovida pelos grandes capitais internacionais, que não de hoje já transformou o Brasil num celeiro de corrupção e cooptação dos meios de comunicação.

Tais meios deveriam promover princípios de relações exteriores, autodeterminação dos povos, com cooperação entre eles, e igualdade entre os estados, desenvolver ideais de independência nacional, fazer prevalecer os direitos humanos e do cidadão brasileiro, defender a paz com soluções pacíficas de conflitos, repudiar o terrorismo e o racismo.

O que vemos é o oposto: o lucro e a competição são sempre referenciados numa lógica oposicionista de “quanto pior, melhor”, o importante é vender, é indistintamente lucrar. Basta citarmos o mercantilismo escancarado de produtos como o álbum de figurinhas da Copa, várias marcas de bebida envolvidas, de combustíveis, e assim vai.

Nesse quadro geral, infelizmente temos boa parte de uma audiência sem consciência, permitindo que notícias de programas em veículos de informação de vasta penetração agridam nosso patriotismo, ‘pintando’ somente a nós brasileiros como corruptos, e a ponto de favorecer patrocinadores muitas vezes estrangeiros a vender ingressos aos nossos próprios cambistas, prova de que tal corrupção vem mesmo é de fora de nossas fronteiras.

E isso é só a ponta desse iceberg da corrupção no futebol, que não erradica a pobreza e nem reduz as desigualdades sociais promovidas pelo grande capital internacional, que não aceita nossos ideais de soberania e dignidade humana, de uma sociedade livre, justa e solidária, ou mesmo anarquista por meio de um autogoverno.

O desenvolvimento nacional precisa criar no povo brasileiro o espírito de não submissão às perdas de seus recursos naturais, suas fontes de riqueza, que se bem administradas e sem a intervenção da indústria cultural golpista – que deve milhões ao Estado e impede que grandes reformas estruturais como as dos meios de comunicação aconteçam – podem viabilizar consideráveis avanços nos campos sociais.

Por fim, infelizmente seremos sempre manipulados enquanto não combatermos a violência, o sensacionalismo e esta política nefasta de privatizações corruptíveis disseminados pela indústria cultural visando promover exclusivamente seus interesses não mais que corporativos, financiando a alienação, cooptando partidos e esferas de governo lançando mão da compra de votos e do marketing da mentira e da informação desencontrada, deturpando a opinião pública.

Quero ressaltar aqui uma informação oficial da República Federativa do Brasil, a qual dá conta que nosso Governo Federal, neste mesmo período, ou seja, de 2010 até hoje, investiu R$800 bilhões (valor equivalente a 100 vezes o que foi gasto na Copa do Mundo 2014) em educação e saúde de todo o Brasil.

MATÉRIA PUBLICADA EM TRÊS PARTES NO JORNAL MAUÁ www.jornalmaua.com.brNAS EDIÇÕES 882, 884 E 886.